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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

GREVISTAS DOS CORREIOS QUEIMAM BANDEIRA DO PT

Grevistas dos Correios queimam bandeira do PT depois de decisão do TST


Depois da determinação do Tribunal Superior do Trabalho - TST de que os trabalhadores dos Correios, que estavam em greve há 28 dias, voltassem ao trabalho a partir da zero hora desta quinta-feira (13), os grevistas promoveram manifestação em Brasília, quando queimaram a bandeira do PT, segundo matéria publicada pela Agência O Globo.
No julgamento do dissídio coletivo pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos - SDC, os ministros autorizaram a empresa a descontar no salário dos grevistas o equivalente a sete dias de greve e os demais 21 dias de paralisação devem ser compensados com trabalho extra nos fins de semana. No caso de descumprimento da determinação, a multa diária estabelecida foi de R$ 50 mil.
Durante o julgamento, o advogado da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares - Fentect, Gustavo Ramos, disse que os trabalhadores jamais tiveram a intenção de lesar a sociedade. Ele sustentou que a greve foi pacífica e argumentou que a melhor forma de solucionar a questão dos dias parados seria a compensação com trabalho, o que evitaria o pagamento de horas extras para que o serviço fosse colocado em dia.
Já o advogado dos Correios, Jeferson Carús Guedes, alegou que a greve era abusiva especialmente pela natureza essencial do serviço prestado pela empresa. Ele também solicitou que o TST determinasse o desconto dos dias não trabalhados do salário dos grevistas.
Os Correios instauraram o dissídio coletivo no TST no fim de setembro, depois da falta de acordo entre a empresa e os trabalhadores sobre os termos do acordo coletivo. Foram realizadas duas audiências de conciliação mediadas pelo TST e uma reunião com o ministro relator. Na primeira audiência, as duas partes chegaram a um consenso, mas a proposta foi rejeitada pelos 35 sindicatos da categoria. Nos outros dois encontros, não foi possível chegar a um acordo, por isso, a questão foi julgada pela SDC.
Para o presidente do TST, João Oreste Dalazen, houve falta de razoabilidade e de bom-senso na condução da greve pelos trabalhadores. “A solução negociada deveria ter sido alcançada em diversos momentos e não se alcançou por falta de sensibilidade e porque há pessoas infiltradas no movimento paredista que talvez estejam mais interessadas em que haja uma radicalização de posições. A greve em determinados momentos teve contornos inequivocadamente políticos”. Dalazen defendeu, durante o julgamento, o desconto de todos os dias parados.
Em relação às cláusulas financeiras, os ministros determinaram que sejam cumpridos os pontos do acordo firmado na primeira audiência de conciliação entre as partes, que prevê o aumento real de R$ 80 a partir de 1º de outubro e reajuste linear do salário e dos benefícios de 6,87% retroativo a 1º de agosto.
No último fim de semana, a empresa realizou mais um mutirão numa tentativa de minimizar os efeitos da greve para a população, quando cerca de 22 milhões de correspondências foram entregues. Mais 27 milhões haviam passado pela triagem, segundo informações da empresa.
Nos últimos quatro finais de semana passaram pela triagem dos Correios perto de 47 milhões de cartas e 96 milhões de objetos.

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