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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

GOVERNO DILMA...

Tu ne cede Malis , sed ito audentior contra (Jamais ceda ao mal, mas lute cada vez mais bravamente contra ele.) Extraído do livro VI de Eneida, de Virgílio.

A LUTA CONTINUA !!!!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Governo Dilma

Ricardo Arraes, professor da UFPi


Entre as muitas frases e gafes verborrágicas que marcaram os anos do governo Lula está aquela lapidar que dizia: “nunca antes na História deste país”. De posse deste sintagma o governante procurava imprimir o espírito de seu governo como um divisor de águas.
Ancorado em pesado marketing político, ele esquadrinhava o que seria a redenção de nossa história, a partir de sua administração que dera um novo sopro de vida ao país.
Nove meses após a sua saída, ele poderia afirmar “sem nenhuma dúvida”, outra pérola cultivada em sua administração, que “nunca antes na História deste país”, um governo perdeu cinco ministros de estado por denúncias de corrupção
A administração Dilma se caracterizou desde o início pela falta de identidade própria. A presidente “herdou” ministros de Lula e aceitou a indicação política dos partidos aliados para compor e governar. Era e é um arremedo de equipe, um conjunto composto por políticos apadrinhados, todos calejados e com vasta experiência nas esferas públicas. Nesta ópera bufa, a presidente atua num papel de refém de caciques e dos partidos aliados, espaços de onde tinha que escolher nomes para sua equipe.
Infelizmente, ao que parece, a presidente desconhece que identidade, capacidade de comando e virtudes próprias são ferramentas indispensáveis a quem administra, seja uma empresa privada, seja a res publica, ou seja, a “coisa” pública. Envolvida visceralmente nessa trama Dilma se equilibra entre as próprias escolhas e a lógica política de seu governo. Seu dilema aumenta quando tem que decidir se governa e assume o comando do país ou se garante a estabilidade da aliança de governo. dilema
A base de sua fraqueza política se evidencia em pelo menos quatro pilares. Incapacidade inicial de montar impor um quadro administrativo próprio, sujeito à sua vontade; a aliança imprescindível com um partido historicamente governista – o PMDB; sua extrema dependência da coalizão para governar e a sua falta de iniciativa para investigar e demitir ministros sem passar a priore, pelo desgaste da imprensa e pelo constrangimento da opinião pública.
No momento de montagem de sua equipe, Dilma revelou a pouca prudência e a falta de virtudes necessárias ao bom governante. Escolher ministros, secretários e conselheiros competentes, éticos e íntegros não é coisa de mínima importância. Ela é uma das lições mais básicas de que todo administrador deveria se servir. Dilma não conhecia quem nomeava para lhe assessorar. As marcas administrativas do governo da presidente são a fraqueza e a corrupção endêmica de seus ministros. Outra distinção é a tomada decisões a posteriori, isto é, agir pautada pelo trabalho da imprensa e pela execração pública dos envolvidos.
A primeira presidente não estudou a política nem seus assessores. Se assim o fizesse, saberia com Maquiavel que a elementar conjetura que se faz, a respeito das qualidades de inteligência de um governante, estaria na observação dos homens que estão ao seu redor. Para ele, um governante ajuizado saberia reconhecer as qualidades daqueles. Quando, porém, não são competentes e fiéis, pode-se avaliar sempre mal, porque cometeu seu primeiro erro nessa escolha.
A incapacidade política e a pouca virtude pessoal de Dilma nos levou a um grande desperdício histórico. Ou seja, a primeira experiência feminina no comando político nacional fez com que o Brasil perdesse a oportunidade ímpar de legar para a História um governo limpo, ético, sério.

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